Soldado e amigo de Hernán Cortés, atribuiu o triunfo dos conquistadores a “graça da Virgem de Guadalupe” e fala dos milagres de Tepeyac. Desde 1560, escreve sua “História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha”, na qual se vêm estes claros testemunhos: “ Logo manda Cortés falar com Gonzalo de Sandoval e o deixa em Ixtapalpa, e vai por terra até chegar em outra calçada que vai desde o México a um povo que se diz Tepeaquilla, onde agora chamam Nossa Senhora de Guadalupe, onde a santa faz e continua realizando muitos admiráveis milagres.” (cap. 150).
“[…] E olhem que existem hospitais, e os grandes paredões que possuem, e a santa casa de Nossa Senhora de Guadalupe, que está dentro de Tepeaquilla, onde costumava estar assentado o Real* de Gonzalo de Sandoval quando ganhamos o México: e vejam os santos milagres que tem feito e faz a cada dia, e ele devolve muitas graças a Deus e a sua bendita mãe nossa senhora, que nos deu graça e ajudou que ganhássemos estas terras, onde há tanta cristandade.” (cap. 210)
Bernal Díaz del Castilho não estava no México em 1531, e tudo o que disse sobre a Virgem de Guadalupe e “dos santos milagres que faz a cada dia” os soube em Guatemala (cuja grande distância com a cidade do México é de ressaltar) e aonde havia chegado já a fama dos milagres de Guadalupe. Seu testemunho é tão valioso porque não era crédulo em milagres, como o demostra sua crônica, onde fala com incredulidade de alguns que diziam que viram o Apóstolo Santiago dar golpes de espada nos índios.
O testemunho de Diaz de Castilho é interessante também porque oferece, desde um contexto político social, não religioso, até notícias sobre o Tepeyac: o denomina Tepeaquilla, como o chamavam os espanhóis para distingui-lo da população Tepeaca. Fala assim mesmo da existência de uma igreja dedicada à Virgem de Guadalupe, indicando também ao conquistador relacionado com o lugar, Gonzalo de Sandoval. Igualmente refere que o Tepeyac é um lugar em que se fazem numerosos milagres.
*Casa do governante na época