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Nossa Senhora do Carmo de Maipú

Festa: o úlitmo domingo de setembro – Chile

A antiga devoção carmelita se remonta aos monges do Monte Carmelo em Terra Santa. No século XVI, durante a conquista da América, Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, levaram adiante a reforma da ordem carmelita. A devoção aumentou, chegando no Novo Mundo.

No ano de 1785 Don Martín de Lecuna encomenda desde Quito, uma imagem de Nossa Senhora do Carmo, que encontraria no solo chileno uma enorme devoção. Durante as guerras de independência chilenas os nacionalistas tomam a Virgem do carmo como patrona de seu exército e em 5 de dezembro de 1811 o Generais José Miguel Carrera e Bernardo O’Higgins se dirigem ao Vigário de Santiago do Chile para pedir-lhe uma Missa Solene de Ação de Graças pelo triunfo das lutas independencialistas.

Em 5 de janeiro de 1817 o General José de San Martín coloca seu bastão de comando na mão direita da imagem jurando-a solenemente como Patrona do Exército dos Andes e na véspera da batalha de Chabuco o exército de O’Higgins proclama a Virgem do Carmo Patrona e Generala das Armas Chilenas. Em 1818, antes de avançar contras as forças espanholas, o povo e seus líderes inundam a catedral para depositarem suas orações e confiança aos pés da Virgem Carmelita, prometendo-lhe levantar um templo em sua honra e ali onde fosse confirmada a liberdade do Chile: “No mesmo local que aconteça a batalha e se consiga a vitória, se levantará o Santuário da Virgem do Carmo, Patrona e Generala dos Exércitos do Chile.

Os alicerces serão cimentados pelos mesmos magistrados que formulem esse voto, o mesmo lugar da sua misericórdia será o de sua glória.”
Por isso, o 5 de abril, em meio ao fulgor da batalha de Maipú o General San Martín anima seu exército gritando: “Nossa Patrona, a Santíssima Virgem do Carmo nos dará a vitória e aqui mesmo levantaremos a igreja prometida para comemorar esse triunfo.” Antes de acabar o ano se colocou a primeira pedra do santuário, finalizado em 1892. O templo atual foi inaugurado em outubro de 1974.

Em 1923 a Santa Sé nomeou a Virgem do Carmo como Patrona Principal de todo o povo chileno, que antes era somente do Exército e da Armada Chilena.
Os chilenos veneram duas imagens do Carmo, com carinho especial: a do Santuário Nacional de Maipú, talhada em Quito em 1785 e a da Basílica de Salvador em Santiago do Chile, feita na França do século XIX, coroada solenemente em 1926.

Apesar da imagem ter sido acolhida em tempos de guerra não podemos jamais pensar que ela abençoe a violência como meio de solução para os conflitos. Sua intercessão foi para apaziguar os ódios e minimizar o horror da guerra. A Virgem do Carmo é Mãe tanto dos espanhóis como dos chilenos e como Mãe quer a reconciliação e a par entre seus filhos. Seu verdadeiro e único desejo é que façamos o que nos pede seu Filho, que é a única liberdade verdadeira.