Foram realizados por um anônimo na primeira metade do século 17, aproveitando notícias e informações antigas. Compreende do ano 1519 ao de 1633. Sua fidelidade histórica é plena, ainda quando se denotam alguns erros relativos a colocação de algumas datas. Certa passagem destes anais disse: “1631. Inin xihuitl matlactloce calli icuac cualoctonatiuh ey horas ca iciuhca otlanez amo cenca huecauh ihuan icuac hualmohuicac intlatoca cihuapilli tepeyacac Nuestra Senhora de Guadalupe.” é dizer: “1631.
No ano 11 foi quando houve o eclipse do sol as três horas. Pronto saiu outra vez, não durou muito. E foi quando se vestiu aqui à Grande Senhora do Tepeyac, Nossa Senhora de Guadalupe.”
O texto é sumamente interessante, porque, pela data, se diría que fala da transferência que se fez da imagem de seu santuário no Tepeyac à Catedral por motivo da inundação que assolou a cidade do México em 21 de septiembre de 1629; mas esta mudança não se fez em 1631, numa terça-feira, 25 de setembro de 1629 (em 1631 não foi movida, permaneceu todo o ano na Catedral, e não regressou, isso aconteceu quase 5 anos depois, no domingo, 14 de maio de 1634.)
Em troca, consta com toda certeza não só que não houve eclipse algum em 1631, e sim que ele ocorreu cem anos antes, em 28 de março de 1531, e precisamente às 15:06 horas do centro do México, feito que também consignam os códices** Telleriano-Remensis e os Anais de Tecamachalco. [vid. infra, Códice Telleriano-Remensis].
Entretanto, é evidente que o documento que nos ocupa não se refere ao ano de 1631, e sim ao de 1531, havendo-se produzido um erro na consignação do ano.
REPOSITÓRIO: Biblioteca Nacional de Antropologia e História (BNAH), Colecc. Antig. N° 12, 1.
*Registro Histórico
**Livro manuscrito em que se conservam obras ou notícias antigas