Esta notícia se acha referida no Nican Motecpana, documento (vid. supra) e na História Eclesiástica Indiana do franciscano Gerônimo de Mendieta. Posteriormente, em 1649, Lasso de la Vega aproveitou o conto, englobando-o dentro de seu livro Inin Huey Tlamahuizoltica.
Desta última obra, transcrevemos a passagem em questão, em tradução de
Feliciano Velázquez: “A princípio, quando apareceu a preciosa imagem de nossa puríssima Mãe de Guadalupe, os habitantes daqui, senhores e nobres, a invocavam muito para que os socorresse e defendesse em suas necessidades; e na hora de sua morte, se entregavam completamente em suas mãos.”
Queria o senhor governador don Luis de Velasco que tivessem a seu serviço os freis de São Agustín; fato que os vizinhos consideraram como uma grande moléstia. Don Francisco, o senhor, e seus cortesãos não mais andavam escondendo-se, porque em todas as partes os buscavam.
Enfim, vindo a Atzcapotzalco, e secretamente, chegava a rogar a celestial Senhora de Guadalupe que inspirasse a seu querido filho o vice-rei e aos senhores da Audiência Real, a fim de que fossem perdoados os vizinhos que pudessem voltar a suas casas e que de novo lhes fossem dados os freis de São Francisco.
Assim sucedeu exatamente: perdoou aos vizinhos, ao senhor e a seus cortesãos; outra vez lhes disseram os freis de São Francisco, que a seu cargo os tivessem; e todos voltaram a suas casas, sem ser já por isso molestados.
O fato sucedeu no ano de 1588. Também, na hora de sua morte, don Francisco se encomendou à Senhora do Céu, a nossa preciosa Mãe de Guadalupe, para que intercedesse em favor de sua alma; e o fez em sua presença, segundo aparece nas primeiras linhas de seu testamento, que foi feito em dois de março do ano de mil quinhentos e sessenta e três.”