Os preparativos duravam quase uma semana, onde as mulheres preparavam
os chocolates, os tamales doces e salgados (espécie de pamonha), os pratos
salgados, os cachimbos para oferecer tabaco a todos, as bebidas como o pulque (semelhante a tequila).
A cerimônia se realizava na casa do noivo e no dia anterior faziam uma grande festa na casa da noiva, onde as famílias podiam se conhecer melhor. Todos os amigos e familiares eram convidados e levavam muitos presentes. Ao meio dia havia um grande banquete no qual participavam somente os mais velhos, as bebidas embriagantes eram exclusivamente servidas a eles.
A roupa da noiva era um traje colorido todo bordado a mão, seus cabelos eram adornados com pequenas penas coloridas, como os braços e as pernas.
No cair da noite os familiares do noivo chegavam e entre eles muitas senhoras e honradas casamenteiras. A noiva era levada em um semi leito, por dois carregadores até a casa do noivo que ia desfilando no meio de um corredor de tochas carregadas, segundo o costume, por amigos e familiares ainda solteiros.
Entre os convidados estava a índia Cuauhtitlán, conhecida como Juana Martín após ter sido batizada, doadora de alguns dos terrenos onde hoje se encontra a Basílica de Guadalupe.
Ao chegar, a noiva desceu lentamente e foi conduzida pelo noivo até sua casa, onde juntos se sentaram sobre uma esteira. Receberam os presentes: a mãe de Juan Diego entregou um conjunto de saia e blusa – “huipil”, ambos bordados a mão, vestimenta para ocasiões muito importantes; a mãe de Maria Lucía presenteou Juan Diego com uma manta larga usada para proteger do frio – “tilma”. Após a entrega dos presentes as casamenteiras uniam a “tilma” com o “huipil”, ,simbolizando a união do casal. Os noivos jantaram numa cerimônia onde um dava de comer ao outro, simbolizando cumplicidade do matrimônio e assim terminava a cerimônia.
Uma vez que passaram ao aposento nupcial ficaram em oração por quatro noites e quatro dias, saiam somente para oferecerem incenso no altar familiar ao meio dia e a meia noite.
Ambos viveram a castidade. Não se confirma a interpretação desse fato. Alguns interpretam que uma vez batizados Juan Diego e Maria Lucía decidiram viver a continência. Não parece impossível se lembramos que a religiosidade asteca era sumamente sensível ao valor da castidade e virgindade: não poucos homens das camadas mais baixas ficavam muitos anos ou para sempre sem se casarem por não encontrarem mulheres, uma vez que a corte ficava com a maioria para trabalharem.