Na longínqua Vila de Colima da Nova Espanha, Elvira Ramírez, natural da cidade do México, ditou seu testamento, diante o escrivão público Francisco López, em 30 de abril de 1577. Duas cláusulas do documento citado dizem: “Item: mando que na cidade do México, em nossa Senhora de Guadalupe, se digam três Missas, uma à Encarnação e a outra à Conceição de Nossa Senhora, e outra ao Espírito Santo, e se pague a esmola acostumada.”
E também: “Item, mando que se digam na mesma Casa de Nossa Senhora de Guadalupe, cinco missas, uma ao Bem- Aventurado [São] Blas e Santo Antônio e três Missas pelas almas do Purgatório, e se paguem de meus bens”
Este testamento não só confirma aquilo que já temos apontado sobre outros documentos de sua classe; é prova, ademais da propagação que se encontrava a devoção guadalupana por territórios longínquos da Nova Espanha.
Se bem não tão antigo como podiam ser outros documentos de Colima (como o Testamento de Bartolomé López ou os Pagarés* de Marísa Gómez), o testamento de Elvira Ramírez é de grande importância por ser o único dos documentos guadalupanos achados em Colima que sobrevive no original.
REPOSITÓRIO: O original deste testamento, descoberto no princípio do século por José María Rodríguez Castellanos no Arquivo Municipal de Colima, se encontrava extraviado. Foi recentemente reencontrado pelo Lic. Arturo Rocha, em 21 de setembro de 1998, no Arquivo Geral do Estado de Colima (AGEC), onde agora possui classificação AGEC, Caixa 4, exp. 10: Registro de escrituras públicas diante Francisco López (ano 1577), 56 fols. O testamento em si ocupa só 5 folhas.
*Documento pelo qual se uma pessoa se obriga a pagar uma quantia em tempo determinado.